quarta-feira, 26 de outubro de 2011

AFLUENTE DO AMOR

Um rio sereno
que em meu chão passou
de aguas pardas e fartas
e por molhar, pecou

Afluente do amor
de um coração abortado
que em mar dúbio desagua
e fica com leito pálido

Cachoeira no mar
cascatas de muitas aguas
cacimba rasa a jorrar
pingos de amor e de magoa

O meu coração desagua
regando assim, teu pomar
rosas vermelhas se abrem
perfumes vão exalar

É infinito sonhar
É infinito demais
Que bom pudesse molhar
Do mundo, todos os quintais.

CONEXÃO

Ah! essa voz rouca,
Quase inaudível,
Que penetra impune,
Que se instala inerte,
Que desce aos confins
De minha alma frágil...

Ah! esse grito manso
Que incompreensível e
Que me rasga as vísceras,
Que invade impávido, e
Que embora invisível
Rompe minhas entranhas...

Ah! esse silêncio incômodo
Que não me diz nada
Que eu não queira ouvir.
Que me diz tudo
Que inquieta o corpo,
Que umedece os olhos...

Ah! esse suspiro longo,
Que põe fim às dúvidas.
Que preenche espaços,
Que transpira um corpo
Que transborda em gozo
Que nem sei mais de nada...

SONHOS

Andando na rua
Na minha ou na sua
Natureza morta
Nada acontecia
Nem noite nem dia
Até que sua porta

Aos poucos se abria
E me oferecia
Um sopro de vida
Horizonte imenso
Um jardim suspenso
De luz colorida

Já envolto de tudo
Boquiaberto e mudo
Tomado de encanto
Em doces momentos
De mil movimentos
Sob um lindo manto

Não, eu não sabia
Que amanhecia
E o sol apagava
A mágica do escuro
Se soubesse eu juro
Que não acordava

Voltarei ao mundo
Do sono profundo
De eterna magia
Carícias de açoite
Deixadas na noite
Da minha euforia.

sábado, 22 de outubro de 2011

CONSCIÊNCIA

As palavras perdem-se no ostracismo
Todas as promessas voam vento a fora
Votemos, sim! Mas a partir de agora
Tomemos mais cuidado pois o abismo

Ronda nossa área, quase toda hora
E patifes, tomados de cinismo
Confiantes de que o radicalismo
Da mente dos jovens já foi embora

Contudo, o poder de nós emana
E quem não pensa assim, muito se engana
E surpresa poderá ter em breve.

Basta para isso, que sejamos fortes
Sendo agentes de nossa própria sorte
Diremos sim, quem serve ou não serve.

CHEGA!!!

Ontem, denovo, ao passar pela praça
Voltei a sentir as mesmas sensações
Meu coração encheu-se de emoções
Como a vida nos dá e tira as graças!!

Então, por mais esforços que eu faça
Precipito sempre, as decisões
E me desmonto quando as ilusões
Queima-me por dentro, feito cachaça.

Decidi não mais lembrar desse assunto
Pra quê? se já não mais estamos juntos?
Voltar ao pasado é não ter futuro..

E eu, claro. Quero é bem viver a vida
E essa pessoa triste e tão sofrida
Morre aqui agora. Isso eu lhe juro!!

MÁGOAS

Quantas mágoas no peito, quanto espaço
Amplamente ocupado. Disperdício!
porque tanto insistimos nesse vício
De manter e não descartar fracassos?

Por mais que estes nos causem embaraços
sempre lhes dedicamos sacrifícioS
Em nossas mentes há sempre uns indícios
De algo ou de alguem que nos tolhe os passos

É como guardar, que fere, um sapato
Apenas ou até pelo simples fato
De este ter lhe custado caro um dia

Não lhe trará de volta o investimento
Trar-lhe-á, sim, muito mais sofrimento
Calçar ou lembrar, revive a agonia.

VENTO

Vento que voa, vai, vem e varre
Mesmo vento que leva a juvntude
Embora leve e traga, e às vezes mude
Não há muro que a sua força esbarre

Quero lhe pedir que quando voltares
Devolva-me os sonhos de criança
Ah, quero tambem toda a esperança
Que ondas levaram aos fundos dos mares

Que tragas tambem minha mãe quarida
Que um dia se foi no frescor da vida
Ela me faz muita falta. De verdade!

Caso não me atendas, até entendo.
Uma coisa apenas, não compreendo
Porque insiste em trazar tanta saudade...